No último dia 25 de maio regressou a cidade o retrato do Imperador D. Pedro II, que fica exposto no Museu Padre Toledo. A peça de arte pertence a prefeitura municipal está cedida a Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade, responsável pelo Museu desde 1971. A tela e sua moldura foram submetidos a restauração no CECOR (Centro de Conservação e Restauração de Bens Móveis) da UFMG. A restauração foi realizada durante o curso de especialização em restauração, fazendo parte do trabalho didático desenvolvido por aquela instituição. Ao fim do serviço, o aluno que trabalha na peça apresenta uma monografia, com prova final do curso, que é avaliado por uma banca de docentes.
Retrato
Um costume vindo dos tempos antigos, ainda hoje mantido é a colocação do retrato do governante nos salões principais dos prédios públicos. Em sessão de 15 de maio de 1839 a Câmara de São José del Rei mandou pagar ao Alferes José Moreira Coelho o que este gastou em mandar executar um retrato do Imperador Pedro II, que naquele ano ainda não tinha completado 15 anos e não tinha sido coroado. O retrato seria colocado na sala de sessões. Era procurador da instituição na época Carlos José de Assis, depois comendador. O senhor Coelho encomendou ao pintor acadêmico Manoel de Araújo Porto Alegre, discípulo de Debret e presidente da Imperial Academia de Belas Artes. A obra que custou 150$000 (Cento e Cinqüenta Mil Reis), as despesas ainda incluiu um caixão que veio o mesmo, no valor de 2$000 e condução do Rio a São José 2$600.
O retrato substituiu o do primeiro Imperador, pintado anos antes por Manoel Vitor de Jesus. O curioso é que a Câmara resolveu utilizar uma moldura que pertenceu ao retrato de D. José I (1755-1777) para colocar o novo retrato.
Trata-se de uma magnífica moldura verde e dourada em estilo rococó com largas talhas em concheados a toda a volta, feita em cedro, datável por volta de 1770.
Esta importante peça de arte e antiguidade, é talvez, junto com o tinteiro de prata as únicas peças remanescentes do antigo senado da câmara e por isto propusemos no Conselho Municipal de Patrimônio, o seu tombamento em nível municipal.
Olinto Rodrigues dos Santos Filho
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