Mesa diretora do IHGT

8.10.06

A Cidade do Alferes


A mais sentida homenagem que já se tributou ao Alferes Joaquim José da Silva Xavier, entre tantos monumentos e títulos que lhe têm sido atribuídos, ainda é a que nasceu da emoção de Silva Jardim, na aurora da República. Graças ao seu apelo, o terceiro ato assinado pelo primeiro governador republicano de Minas, Cesário Alvim, em 6 de dezembro de 1889, transformou a legendária Vila de São José del Rei em Cidade de Tiradentes.
Dois séculos depois de seu martírio, em meio às lições de liberdade e cidadania legadas pelo precursor da Independência, o grande tributo que continuamos a lhe dever será, certamente, o da preservação e valorização da cidade que ostenta o nome do Tiradentes. Aos pés da Serra de São José, estende-se o santuário cívico em que arte e história guardam a consciência do Brasil.
Conservar Tiradentes não é manter a cidade em redoma que lhe inviabilize o desenvolvimento. Assim como cultuar o Tiradentes não é perder-se numa retórica alheia aos conflitos da realidade brasileira, salvaguardar sua cidade significa apenas respeito aos bens culturais e naturais que a particularizam no elenco de centros urbanos do País.
A ganância e a esperteza de alguns poucos, não podem prevalecer sobre o compromisso nacional do Povo Tiradentino com a defesa de um patrimônio que, pertencendo a cada morador da cidade, é igualmente um parte da alma de todos os brasileiros. Um programa efetivo, nesse sentido, é a homenagem que cabe às gerações deste bicentenário.
Celebramos, aqui, a presença viva do Tiradentes. Joaquim José da Silva Xavier projeta sua herança sua herança em cada trecho da cidade que nos cumpre amar e proteger. O bicentenário do sacrifício do patrono cívico da Nação é um convite à união de todos também em favor da Cidade de Tiradentes. Ela é força espiritual de Minas e do Brasil à espera de nossa consciência.

Ângelo Oswaldo de Araújo Santos

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