21.7.06

D. Pedro Regressa



No último dia 25 de maio regressou a cidade o retrato do Imperador D. Pedro II, que fica exposto no Museu Padre Toledo. A peça de arte pertence a prefeitura municipal está cedida a Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade, responsável pelo Museu desde 1971. A tela e sua moldura foram submetidos a restauração no CECOR (Centro de Conservação e Restauração de Bens Móveis) da UFMG. A restauração foi realizada durante o curso de especialização em restauração, fazendo parte do trabalho didático desenvolvido por aquela instituição. Ao fim do serviço, o aluno que trabalha na peça apresenta uma monografia, com prova final do curso, que é avaliado por uma banca de docentes.

Retrato

Um costume vindo dos tempos antigos, ainda hoje mantido é a colocação do retrato do governante nos salões principais dos prédios públicos. Em sessão de 15 de maio de 1839 a Câmara de São José del Rei mandou pagar ao Alferes José Moreira Coelho o que este gastou em mandar executar um retrato do Imperador Pedro II, que naquele ano ainda não tinha completado 15 anos e não tinha sido coroado. O retrato seria colocado na sala de sessões. Era procurador da instituição na época Carlos José de Assis, depois comendador. O senhor Coelho encomendou ao pintor acadêmico Manoel de Araújo Porto Alegre, discípulo de Debret e presidente da Imperial Academia de Belas Artes. A obra que custou 150$000 (Cento e Cinqüenta Mil Reis), as despesas ainda incluiu um caixão que veio o mesmo, no valor de 2$000 e condução do Rio a São José 2$600.

O retrato substituiu o do primeiro Imperador, pintado anos antes por Manoel Vitor de Jesus. O curioso é que a Câmara resolveu utilizar uma moldura que pertenceu ao retrato de D. José I (1755-1777) para colocar o novo retrato.

Trata-se de uma magnífica moldura verde e dourada em estilo rococó com largas talhas em concheados a toda a volta, feita em cedro, datável por volta de 1770.

Esta importante peça de arte e antiguidade, é talvez, junto com o tinteiro de prata as únicas peças remanescentes do antigo senado da câmara e por isto propusemos no Conselho Municipal de Patrimônio, o seu tombamento em nível municipal.

Olinto Rodrigues dos Santos Filho

17.7.06

Um breve histórico sobre o IHGT

O Instituto Histórico e Geográfico da cidade de Tiradentes foi criado em 19 de janeiro de 1977, sendo Prefeito Municipal o Dr. Josafá Pereira Filho, que o fez nos decreto municipal nº200, tendo sido posteriormente tornado-se entidade autônoma, com a aprovação dos estatutos sociais. A criação do IHGT, teve parecer favorável do Conselho Federal de Cultura em 16 de setembro de 1976 (parecer 2.230). Foi declarado de utilidade pública municipal por lei nº374 de 15/12/1977 e estadual através da lei nº11. 764 de 17/01/1993. Tem como objetivo estudar a história local, proteger o patrimônio histórico, artístico, paisagístico, arqueológico, geográfico e cultural da região do Rio das Mortes. Nos quase 30 anos de atividades, mantém reunião ordinária mensal no 3º domingo de cada mês e sessões solenes anualmente em 19 de janeiro e 21 de abril. Promove concursos histórico-literários, exposições de arte e documentos, seminários sobre história local, além do regate dos acervos documentais ligadas a história local. Funciona em sala do “Sobrado Ramalho”, imóvel pertencente ao IPHAN, cedida para tal fim, possui uma pequena biblioteca, arquivo da coletoria estadual (1890-19720, arquivo de fotografias. Obras de arte como o quadro representando a Justiça, Deusa Astréia de Manoel Victor de Jesus, datada de 1824, Cabeça de Tiradentes de Alberto Delpino, datada de 1894, um oratório com crucifixo, provenientes da sala de júri do fórum de Tiradentes. A mesa de reuniões também provem do antigo Fórum e data de 1890. O IHGT tem 27 cadeiras de sócios efetivos, 50 de correspondentes e 20 de honorários.
Olinto Rodrigues dos Santos Filho